terça-feira, 8 de março de 2011

Dαmα ∂ε Vεrmεſɧσ

Ela chegou,atravessou as cortinas como quem flutuava por entre as fendas profundas e salientes do seu vestido que ensinavam o caminho de suas carnes, mas não os mostrava, todos os olhos dos cavalheiros ávidos por sua presença voltaram-se para ela, a grande surpresa da noite, mesmo que já tão esperada, dona de um aroma inebriante, arrebatava cada um com seu sorriso perverso e discretamente devasso no canto dos lábios, olhos negros e acelerados não fixavam em ninguém, não corria o risco de revelar a janela de sua alma aos que somente sustentavam seus caprichos, ego e acessórios, os seios eram fartos, estavam tão comprimidos no espartilho que gritavam ferozmente pela permissão da liberdade, enchiam a boca dos que olhavam aquelas frutas frescas e maduras transbordando na taça de sobremesa, sua exibição era forjada, planejada, desatinava mancebos á sua volta pela ditosa e torpe pecúnia, lição aprendida e exercida com a maestria em seu ofício de meretriz, fazia seu show e a platéia...
Veneravam toda lascívia e mistério que seus cabelos soltos e macios dissimulavam, seu vulto era barganha, oferecida para manchar lábios com sua boca vermelha e suja do pecado, beijava, mais não olhava nos olhos...
Sua alma era intacta, pervertida, mais entregue a um só, a quem deixara abris sua janela, ela tinha réplica, outra metade, a quem emitia o recibo carimbado em seu corpo, mais não tinha data, nem pagamento, era seu maior pecado e rendição: A doação da sua alma. 


Rαĭ̲ŋhα Δпĭττձ

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